sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Crédito e Inserção Social

Pode parecer para alguns que logo de estréia já vou querer puxar “a brasa para meu assado”. Mas a verdade é que, assim que soube que daria “pitacos” no mundo da economia, me ocorreu falar de micro finanças (crédito produtivo, crédito para consumo, poupança, seguros e etc.), normalmente destinadas à baixa renda. E também microcrédito, mas este deixarei para outro momento. Porém não adotarei linguagem técnica.

Na manhã em que fui avisado desta coluna, saí pelas ruas da cidade, na companhia de um casal de amigos de Buenos Aires, a peregrinar pelas agências bancárias (em alguns casos até mendigar) uma conta corrente para os mesmos, já que em seus documentos dizia que gozavam dos mesmos direitos dos cidadãos brasileiros. O pior foi que eles acreditaram.

Fomos a todas as agências bancárias da cidade, e além de não conseguirmos nada em nenhum banco, ainda por cima, recebemos muita má vontade, indiferença e falta de respeito. Restou para esse casal ir até a Polícia Federal pedir ajuda, só assim foi possível resolver a questão. Mas a sensação de “marginalizados” ficou, e não é nada agradável. Senti como se fosse comigo, fiquei profundamente chateado.

Essa situação me fez recordar certa vez que um vizinho me salvou da chuva, e deu-me uma carona até o escritório. Lá pelas tantas fez a pergunta que eu já esperava:

-No que tu trabalha, guri?

-Trabalho com empréstimo consignado.

-Aquele para aposentados, pensionistas, militares e funcionários públicos... etc.?

-Sim, esse aí mesmo (Respondi não sei por que motivo, meio constrangido.).

A partir daí, ele mostrou saber mais de consignado que eu. Sabe como é, “a grama do vizinho sempre é mais verde”. E começou:

-Tu sabes que esse tal de consignado foi uma boa, tchê? Antes a gente entrava num banco, e ficava lá atirado num canto, tinha que se humilhar pra conseguir alguma coisa, e normalmente era só pra quem tinha posses. Hoje se entra nessas financeiras aí (correspondentes bancários) e te recebem com cafézinho, biscoitinho e tudo. E outra coisa: já observou o quanto de dinheiro entra no comércio com esses empréstimos? É um baita negócio!

Esse comentário melhorou muito minha auto estima. Desde esse momento passei a estudar sobre microcrédito e micro finanças. Fiquei mais feliz em fazer parte de um sistema que tem ajudando uma classe trabalhadora emergente a ter acesso a crédito, coisa que há pouco tempo não era pra muitos.

É uma pena que o preconceito que ainda persiste no meio bancário, não permita ver que esta classe não esta mais à beira do sistema, e que a mesma tem dado lucros astronômicos para seus patrões banqueiros, e é claro, pago seus salários, que comparado a imensa maioria dos brasileiros ainda é muito bom.

Ninguém está pedindo para ser sempre adulado com cafézinho e biscoito. Só um pouco de respeito já está bom.

Num outro momento serei mais técnico amigos, era apenas um leve desabafo.


Por Jorge Martins Filho

Um comentário:

  1. Jorge, concordo com vc, hj o preconceito e a velha burocracia são uma enorme pedra no sapato do crescimento econômico.
    Adorei o blog, parabéns a todos!!!
    Abraço, fiquem com Deus amigos.

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